Vocês podem estar rindo (e provavelmente estão), mas estou realmente grilada. Talvez meu grilo maior não tenha somente a ver com a cor, mas sim o que ela representa: estou ficando velha! E uso aqui o termo politicamente incorreto VELHA, uma vez que detesto eufemismo (essa coisa de ter que chamar namoro de gays de relação homoafetiva, cego de deficiente visual, gordo de obeso, velho de melhor idade, batedor de carteira de menor infrator, maconheiro de adicto, e por aí vai) em uma sociedade que nega e renega suas existências plenas.
Ser velho neste país ainda é uma titica. Aposentadoria = esmola. Assistência médica, uma piada. Entretenimento, se não for damas, é botcha. Sexo? Um des-direito. E poderia ficar aqui até amanhã, mas já estou me deprimindo.
Além disso tudo, tem o fato de que MULHER TEM QUE ESCONDER OS CABELOS BRANCOS enquanto que homens ficam UM CHARME!!!
TEM, TEM SIM! Tente arranjar um trabalho com 50 fiozinhos de cabelo branco se você for mulher. Você é vista com uma visão de desdém e desleixo. Como se a gente não pudesse envelhecer. Então além de ficar velha, temos que nos confrontar todos os dias com a realidade de que não fomos, não somos e nunca seremos desvinculadas de nosso gênero nas questões cotidianas que não deveriam estar sujeitas a isso. Questões de gênero deveriam ser assunto entre quatro paredes, somente.
Não vou aqui nem citar “arranjar um namorado” se você não gasta horas e fortunas com seu Dédicasse L’Óreal. É de sentar e chorar.
Ok, desabafei. Voltem ao trabalho!
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