segunda-feira, 20 de junho de 2011

Será que o coração desse povo (hospital) serve para transplante???

Não tenho filhos. Escolhi não tê-los. É tudo tão complexo neste âmbito que temos pauta para todos os blogs do mundo. Nem sei se me qualifico para falar sobre esta relação, mas sou meio metida mesmo, então vamos lá.

Sempre ouvimos que a “morte de um filho antes dos pais não é natural”. Pois bem, não é mesmo. Por tudo o que eles representam, por todos os sonhos que de uma forma ou de outra projetamos nos mesmos, pela dedicação que temos, pela alegria que eles nos proporcionam (mesmo que às vezes dê vontade de estrangular), e talvez pela simples presença daquela carinha que nos lembra a nós mesmos.

Tudo isso é assunto velho, você poderia dizer. E é! Mas de vez em quando coisas neste mundo tosco de Deus me fazem pensar em milhares de outras. Como, por exemplo, ser mãe de um garoto de 7 anos doente de leucemia que, depois de ter encontrado um doador compatível (o mais difícil de tudo), morre por negligência do hospital em providenciar um leito para realização do procedimento. Um carimbo, um formulário, uma atenção a mais, obrigatória por sermos humanos e termos um compromisso natural com a preservação da vida, acima de tudo.

Processar o hospital? Não trará o garoto de volta, que queria ser bombeiro, nem ameniza a dor de um pai ou de uma mãe. A “vingança” não resolve o problema, não minimiza a questão. Mas talvez colocar um ou outro para ver o sol nascer quadrado (como os Edmundos homicidas, por acidente de trânsito) a cada fase da lua poderia fazer as pessoas relembrarem que em um hospital estamos lidando com DOR, MEDO, AGONIA, MORTE e não falando sobre um lindo e relaxante fim de semana na praia.

Ou talvez seja melhor seguir a linha de raciocínio do Sr. Cristóvão Buarque (mas este em relação à educação): sentenciar os filhos dos responsáveis desta tragédia familiar a serem pacientes vitalícios e compulsórios do serviço público de saúde. E aí? Qual a SUA sugestão???

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/06/morre-no-rs-menino-simbolo-de-campanhas-pela-doacao-de-medula.html







Um comentário:

  1. É de ficar de "SACO CHEIO" mesmo! Sem explicação para essa vergonha que é o Sistema de Saúde Brasileiro.
    Talvez fosse diferente se não houvesse tantos políticos como o Palocci, o Maluf, o José Dirceu e outros que enriquecem com o dinheiro público.
    Triste.

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