segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Coisas do futebol

Final de ano. Final de campeonato. Ô, coisa chata, ô povo chato!

É impressionante como noventa minutos mexem com a cabeça desse povo. Noventa minutos com um bando de homens correndo de shorts, de lá pra cá, semi-analfabetos e ganhando mais que os enternados (para as “Carlas Perez” da vida: enternados = pessoas de terno e às vezes com diploma). Obs.: jamais me conformarei com o salário dos caras.

Meu vizinho de baixo, Bambi roxo, faltava ter um treco domingo passado. Era tanta gritaria, tanto palavrão, que achei que daquele dia ele não passava. E morri de dó das filhas pequenas dele. Ver o pai daquele jeito, fora de controle... acho que elas não têm idade para entender que na verdade trata-se de uma porcaria de jogo de futebol. Mas pela performance do cara poderia ser: um assalto, uma morte em família, um infarto, uma demissão. Mas não. Era simplesmente um jogo de futebol.

E durante todo o dia de hoje, na segunda-feira pós penúltima rodada, era um festival de framenguistas na rua. Parecia até adiantamento de indulto de natal. Nessa hora parecem que eles esquecem que:

· Na maioria dos casos, são sub-empregados;


· O décimo-terceiro já está totalmente comprometido (desde abril);


· O salário quase nunca chega até o fim do mês;


· Provavelmente têm baixa escolaridade;


· A saúde não anda lá estas coisas, e quando precisa de atendimento médico é o público, que é não anda lá coisa nenhuma;


· Dentes? Onde?


· Seu transporte é público. Sem comentários.


· Sua moradia é um barracão alugado na favela;


· A expectativa de vida não passa dos quarenta;


· Seu presidente é o Lula.

Ou seja, um f..dido de carteirinha. Mas na segunda-feira sente sua vida como se fosse um Donald Trump.

E ainda tem gente que defende. “Deixa o cara ser feliz pelo menos um dia”. É a velha e eterna Política do Pão e Circo. É uma catarse. Uma “bolha” na sua vida. Um êxtase efêmero que anestesia todas as alternativas acima.

Mas quem sou eu para questionar o modus operandi social e achar essa projeção tola e retardada uma coisa ruim?

Obs.: nenhum framenguista foi ferido ou exterminado neste texto (infelizmente - rsrs). Usamos esta "nação" como mero exemplo, ou seja, o texto se aplica a todos os trouxas que sustentam esta indústria de um festival de malas brancas, corrupção e lavagem de dinheiro de procedência ex-tre-ma-men-te duvidosa.

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