Complexidades da vida. Chegamos a um ponto tão interessante de nossa existência que não consigo realmente fazer a árvore genealógica de nossos hábitos e costumes. Como e por quê chegamos até aqui.
Acordar cedo, pegar dois ônibus lotados, passar oito horas no dia fazendo coisas para outras pessoas para, às vezes, se receber um salário fome, chegar em casa exausto para uma família que às vezes não se programou, planejou ou nem mesmo desejou, ter como sonho de consumo como fim de noite sentar no sofá e assistir a programas de TV que não acrescentam nada de positivo em nossas vidas e dormir pensando nas dívidas, nos sonhos frustrados, no que não se realizou. Muito pouco!
Pareço frustrada, mal-amada e pessimista? Como não? Olho ao redor e observo as posturas e conjecturas da vida alheia e fica impossível para mim ver as coisas de outro jeito. Não por mim, que por mais incrível que possa parecer EU sou extremamente feliz com minha própria vida. Boa ou ruim ela é feita de minhas escolhas pessoais, as quais a maioria das vezes são feitas com muito embasamento nas coisas que acredito e, outras vezes, na mais pura porralouquice. E tem dado certo. Os prejuízos são menores que os benefícios, então ainda estou no lucro.
O que penso é que as pessoas andam ansiando pelas “coisas erradas”. É celular de R$1.500,00 em uma realidade de falta de seguro saúde, escolaridade, segurança, dentre outros. É uma vontade louca de ter o que não se precisa por um preço que não se pode pagar. É uma constante de pessoas casadas querendo ser solteiras. É um lugar comum de gente gorda querendo ser magra em churrascarias rodízio. É gente que quer subir na vida sem se esforçar. É gente desejando o amor sem saber amar. É uma infinidade de infinidades...
Admito: tenho dificuldade em aceitar o diferente. Talvez não O diferente, mas ESTE diferente. O diferente que não faz sentido algum. O diferente que não acrescenta ou melhora. O diferente que me parece tolo e inútil. Será que O diferente sou EU e é de mim que as pessoas não gostam???
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