Política conveniente (e perigosa)

Eita, povão meu de Deus. Estamos aí na reta final das eleições 2010, de grande vulto e importância. Presidente, governador, senador, deputados federal e estadual. Muita gente e cargos importantes.
Poderia falar sobre o horário político e suas bizarrices usuais, mas seria simplório e comum demais. Chover no molhado, pois é sempre a mesma coisa do mesmo jeito. O incrível é a classe política tentar coibir ou proibir, via lei, sátiras a seu respeito, uma vez que eles mesmos se caricaturam. Não tem espaço para comédia alheia; eles por si sós já são a piada.
Mas, como prometi, este texto não é para detonar políticos, que pelo jeito estão somente fazendo seu papel de vilões sociais. Quero falar dos cidadãos que vêem neste período a oportunidade de se beneficiar.
É plotagem de carro por um salário mínimo, bandeiragem por R$30,00 o dia, ganhar a liberação de credenciamento para a casa própria, assessores disso e daquilo, gráficas superfaturando orçamentos. Gente e gesto pra tudo que é oportunidade. Eu me pergunto: essas pessoas que se envolvem com os candidatos o fazem por ideologia? Acreditam nas promessas? Vou exagerar: conhecem as propostas? Se comprometem com o nome que carregam e propagam por aí ou somente querem a grana verde e pura???
Aí me pergunto de novo: como esperar de políticos algum tipo de comportamento ético, comprometido e responsável se eles mesmos não são nada disso? Só querem se aproveitar do momento sem pensar quem é aquela pessoa que pode vir a ascender ao poder e direcionar a vida de uma nação ou grupo social. Ou seja, querem somente uma teta pra mamar.
Concluo que as pessoas não se revoltam e indignam com as atitudes dos políticos, mas sim com a infelicidade de não estar naquela posição. E digo mais: acredito que o que corrói a sociedade não seja realmente as grandes, mas sim as pequenas corrupções cotidianas do cidadão comum. Faça a matemática: 190.000.000 X uma pequena corrupção = uma grande nação desperdiçada.
E você? Está em qual grupo???
Obs.: é desesperador TER que votar nesta eleição. Não há UM SÓ candidato para o qual eu votarei com gosto. Conseguimos, com muito sacrifício, uma democracia caolha que não nos leva a uma sociedade mais justa e ou benéfica através do voto direto obrigatório. Que democracia suspeita a que vivemos, onde votar não é um direito, mas sim uma obrigação... . Preconceitos à parte, como diz papai, não seria “perigoso” o voto de um analfabeto ter o mesmo peso que o de um juiz de direito?

Significado de Politica (Dicionário Aurélio)
s.f. Ciência do governo dos povos. / Direção de um Estado e determinação das formas de sua organização. / Conjunto dos negócios de Estado, maneira de os conduzir. / Fig. Maneira hábil de agir; astúcia; civilidade. // Ciência política, ramo das ciências sociais que trata do governo e da organização dos Estados.