segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Monogamia: uma (boa) escolha?

Vivemos em uma sociedade ocidental contemporânea monogâmica, ok? Ok. Até aí, tudo bem. Mas isso é um tratado social, não necessariamente uma questão biológica como os pingüins, por exemplo.
Aí pergunto: não sendo uma questão natural, por que inventaram a tal monogamia?
Podem vir vocês com a teoria da certeza da paternidade para a garantia de que a herança iria para seus descendentes e somente eles, mas é muito sacrifício para pouca coisa.
Pensemos: quando foi estabelecida a tão famosa e almejada monogamia? Trocentos anos atrás, quando não havia teste de DNA e tals? Quando as pessoas viviam trinta anos? Aí dá, né? Mas hoje? Neguinho vivendo livre, leve e solto até os oitenta anos (e dá-lhe pilulazinha azul) passar a viva INTEIRA com a mesma pessoa é pedir demais.
Antigamente o divórcio vinha em forma de tuberculose, cirrose e guerra. Hoje estas as coisas estão mais controladas, o que aumenta naturalmente a expectativa de vida e por conseguinte, a vontade de ter algumas pessoas nas nossas vidas e não somente UMA.
O famoso e popular livro cristão diz que devemos nascer, crescer e multiplicar e para isso as convenções sociais estabelecem que devemos casar. Casar? Casar é somente uma questão documental, de novo uma questão de herança. Bem, tem os filhos, mas filhos são filhos e se não forem “protegidos” pelo casamento ainda temos os testes citados lá em cima e as respectivas leis.
Aí vem a questão de ter uma família, uma micro-estrutura social que dê sustentação e base para a formação de um ser. Mas podemos ter família sem necessariamente abrir mão de experiências afetivas fora dela. É como passar a vida inteira tendo um amigo só. Ninguém morre por isso, mas tem a vida significantemente limitada.
O que acontece, no frigir dos ovos, é que a vida fica restrita e aos poucos de duas uma: ou a pessoa vaza pelas beiradas ou começa a experimentar uma leve frustração e sensação de prejuízo (com tanta gente por aí, eu aqui no mesmo poleiro por toda a minha vida).
Não defendo aqui a poligamia, nem a monogamia, a abstinência sexual ou afetiva. Defendo o bom senso e a liberdade de escolha. Seja fiel e monogâmico se seu coração lhe pedir isso. Seja solteiro e feliz se seu corpo assim o quiser. Seja só, e totalmente livre (pois me parece que é somente só que se pode ser totalmente livre), se tiver a estrutura emocional para sobreviver a isso. Ou seja, faça suas próprias escolhas.

Sorte dos pingüins...

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