Onde está o amor dos poemas, contos, filmes e canções? Quem criou esta fábula amorosa intangível e insuportável de constantemente se buscar, se querer e se frustrar com o vácuo da realidade?
O que é o amor, na verdade? Sem fantasias e sem ideais. O amor real, o possível, sem ser eterno, sem ser perfeito, sem ser maior que tudo. Aquele do dia-a-dia, da escova de dente, das contas no final do mês, do bebê chorando, compras de supermercado, das festas de família e coisas a fim. Onde está que está tão distante, escondido, esquecido? Quais são os segredos e perícias para dominá-lo e vivenciá-lo até o osso, até o toco e ser feliz?
Acaba que a gente não fica nem lá nem cá. Não encontra o amor poético e idílico, nem se conforma com o cotidiano do eu te amo, querida, boa noite, apaga a luz. Não encontro a resposta que me intriga e começo a acreditar que a mesma não existe e automaticamente me ponho a pensar: PQP, q m... é essa? Sacanagem, meu!
Será que sou eu o problema? A incompetência de amar e respeitar até que a morte nos separe é responsabilidade minha? Quem encontrou que, por favor, me ilumine e guie. É uma questão de saúde mental e física. De desespero e desconsolo.
Eu posso garantir a qualquer um que o amor existe nas simples coisas. Eu amo o não complicado, os dias normais e calmos. Me proporcionam menos momentos de frutrações. É somente necessário dar valor pra quem está do seu lado. Pra que cinema se na história da minha vida eu sou a personagem principal? Pra que ser tão exigente se a beleza é sencundária? Pra que ficar sozinha se tem alguém que me ama? Os filmes, as fábulas foram feitos para serem vendidos, a paixão para nos consumir e o amor para nos curar.
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