É pessoal, faz pensar mesmo. Estava assistindo ao Jornal Hoje e vi a matéria sobre as meninas na Bahia de 13 e 16 anos que foram assassinadas depois de marcarem um encontro com um homem que conheceram pela internet. A mesma coisa no Paraná, mas a menina de 13 anos ainda está somente desaparecida. As mães disseram que as filhas "não as deixavam ver o que E com quem conversavam na net".
Não sou mãe, não pretendo ter filhos, nem imagino como possa ser a dor daquelas que olham para a cama de suas filhas e nada vêem. Mas também não entendo como estas meninas puderam, por tanto tempo, usar de forma auto-prejudicial a internet sem o mínimo acompanhamento dos pais.
Digo isso porque venho de uma outra geração, na qual os pais se preocupavam mais com o cinturão do que com o caixão. Apanhava mesmo, mas aprendi a entender como a vida funciona. Nunca odiei meus pais (por mais de cinco minutos), nem pensei que eles não eram dignos de mim por me ensinar a duras penas os comportamentos que me fariam melhor para mim e para os outros. Apanhei, mas sempre voltei pra casa viva, sã e salva, entendendo limites e regras.
Como e por que estas adolescentes estão crescendo sem eira nem beira, donas da verdade, podendo e sabendo tudo? Tudo não. Se soubessem pelo menos alguma coisa não estariam comendo capim pela raiz. Mas será que os pais não educam (vulgo controlam) seus filhos mais com medo de não serem queridos? Que escravidão é essa que coloca os pais como reféns de uma contemporaneidade social perigosa e arriscada? Liberdade que tira seus filhos de vocês. Liberdade que mais perturba que colabora.
Como disse não sou mãe, mas pode ter certeza (e não estou cuspindo pra cima) que se fosse minha filha teria a liberdade proporcional à sua idade, sem esmalte e batom aos 2 anos rebolando ao som de É o Tchan!, nem celular aos 6 e solta sozinha no shopping aos 11. Sou careta, mas quando se tem filhos a caretice é de lei. É a caretice que faz com que as coisas funcionem: filhos estudam, têm suas responsabilidades na casa, hora pra chegar, conhecemos seus amigos, acompanhamos seus passos, partilhamos de seus medos e comemoramos suas conquistas.
Acho que é pra isso que se têm filhos, não?
Concordo com seu texto Valeria - e isso eh valido para pais do mundo todo. Ha duas semanas estive na Australia, em uma conferencia. Na semana em que eu estava la, morreram acho que tres jovens (entre 16 e 18), em lugares diferentes, vitimas de violencia juvenil. Os pais dos tres jovens permitiram que eles saissem e voltassem a hora que fosse. Deu no que deu. Na minha limitada experiencia (meu filho tem apenas 3 anos) - ser uma boa mae eh ter senso comum e ter interesse pelo desenvolvimento da crianca. Eh pensar nela primeiro, antes de pensar em mim.
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