Será que é pedir muito? Será que é muita ousadia, arrogância, insanidade, ou o que quer que seja?
Dia desses precisei comprar um cadeado. Era um tipo especial e demandou muita caminhada e visitas a ferragistas, lojas de construção mais completas, lojas de bicicletas, motos, se brincar até em terreiro de pai de santo eu já pensava em ir.
Depois de tanto andar, tanto perguntar, tanto ouvir resposta de gente que manda você pra tudo quanto é lugar sem ter a menor ideia se o que você precisa será encontrado (acho que eles ficam com vergonha de não dizer nada, aí mandam a gente pra qualquer lugar), bateu uma depressãããããããão, uma tristeza honesta, uma mágoa profunda, mas acima de tudo, um desejo maluco de viver em um mundo sem portas, sem grades, sem cercas, sem cadeados.
Estou aqui verdadeiramente abrindo meu coração. Quero mesmo viver em um mundo em que cada um faz o que tem que fazer, pega o que tem que pegar, entra onde tem que entrar e tudo está bem. Aí olho ao redor, assisto a TV, leio os jornais, falo com as pessoas e meu peito aperta (de verdade!). Quem lê meu blog sabe que tenho limitações em relação a crenças divinas, mas negar a beleza e perfeição do planeta, da natureza, do corpo humano (independente de como surgiram) é no mínimo imbecil.
Me surge o questionamento que morre no vazio de como não conseguimos viver em harmonia conosco e com os outros. No mundo animal (irracional – haha), cobra come sapo, ok, mas quando tem fome. Folhas caem das árvores, mas para surgirem novas folhas ou frutos. O sol nasce, a noite cai e tudo bem. Mas quando o babado depende do ser humano, da gente, é um terror! Parece que somos a única forma de vida que não coopera consigo mesma. É sentar e chorar. E torcer para que o mundo realmente acabe em 2012 (mesmo que perdamos a Copa de 2014).
Entenderam minha tristeza? Entenderam porquê quero um mundo sem chaves (e não é o Hugo)?
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