segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ocidente ou Oriente?

Curioso aquele ditado de que todo mundo quer ir para o céu, mas que ninguém quer morrer. Chamo a atenção para esta máxima depois de ter sofrido dois acidentes de trânsito no mesmo dia. Comecei a pensar se aquele poderia ter sido meu dia. E se tivesse sido? Qual o grande problema? Algum dia terei de morrer. Não quero ser eterna e acho que nem a sociedade quer nem tampouco precisa disso. Com essa onda de gripe suína, gente que nunca morreu antes deu pra morrer agora. E o mais curioso é que em uma geração com medo da AIDS, o que está matando é a gripe, ou seja, ao invés de camisinha o que pode salvar sua vida hoje é lavar as mãos.

Bem, humor negríssimo à parte, volto ao assunto sobre nossa relação ocidental mal resolvida com a morte. Desde que a gente nasce, todo mundo sabe que vai morrer. A questão é quando, como ou porque. Ninguém quer morrer de doença, ninguém quer morrer de acidente, ninguém quer morrer jovem, mas também não quer ficar velho. Não querem morrer sozinhos, mas às vezes não sabem viver acompanhados. Sintetizando: não querem morrer.

Aí eu penso... imaginem viver zilhões de anos pagando IPVA, IPTU, CPMF, IRPF, INSS, estacionamento de rua, plano de saúde privado e sendo atendido como se estivesse em uma privada, se aposentar virando o cabo da Boa Esperança, votando para presidente, governador, vereador, deputado e filhos da p... em geral, , enfrentando fila pra tudo – de bom e de ruim - , passando mais tempo no trânsito do que com a família, fazendo dieta e malhando para curar o corpo apodrecido por nosso estilo de vida quase sempre naturalmente auto-destrutivo, poluído e irresponsável. Pareço pessimista? Pena... Vamos de novo e desta vez tentarei ser mais lúdica. Imaginem viver uma vida inteira assistindo Faustão, Xuxa, Gugu, ouvindo Zezé di Camargo e CIA LTDA., Calcinha Preta e CIA LTDA., Créu, votando em Collor, Lula, Sarney, Íris, enriquecendo Edir, Bispa Sônia, Malafaia. O mundo está perdido e por favor, não vamos encontrá-lo. “Dilúvio Já!”, essa é minha nova campanha.

Agora, falando um pouco mais sério, teoria para o que está nos aguardando depois que a gente segue a luz tem para todos os gostos. Eu não tenho pretensão de oferecer nenhuma, por favor, que cada um tenha a sua e seja feliz com ela. Não digo que sim, nem que não, nem muito pelo contrário. Mas gente, com exceção de algumas estórias trágicas, morrer faz parte. O que seria interessante talvez é, ao invés de se apegar à perda, tentar sentir-se abençoado por ter tido aquela pessoa na sua vida. Ou ter vivido uma vida. E pronto!

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