segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ufa!

Talvez a maioria das três pessoas que lêem este site não saiba que sou bacharel em Direito. Vai entender... A questão é: um dia acreditei que poderia existir um sistema inteligente e justo que desse as diretrizes e organizasse esse mundaréu de gente que parece só saber viver bem na balbúrdia.

Tinha dezessete anos, a vida era simples, mas nessa época tudo parece complicado. Com o passar do tempo o tema (Direito) foi se mostrando ideal, mas as salas dos tribunais, nem tanto. Durante os cinco anos que passei na Faculdade de Direito da Universidade Pública Federal de meu estado, cada ano que passava se configurava mais aterrorizante no que tange o comportamento e a mente humanos. Não tive maturidade para ver aquilo com naturalidade e aceitar viver uma vida profissional de oito, dez horas de trabalho conhecendo a verdade e inventando estórias para que as realidades se adéquem às minhas necessidades convenientes.


E pior de tudo: desejei me graduar em Direito, pois tinha em mente uma carreira diplomática, tendo estudado inglês, francês e espanhol durante anos para atingir este objetivo. Mas, também, com o passar do tempo, minha falta de maturidade (ou estômago) me impediram de seguir adiante. Como passar uma vida inteira defendendo e promovendo um país longe do que eu acreditava ser o ideal? Faria isso algum sentido? Valeria à pena? Talvez jamais saiba a resposta, mas não me arrependo de minhas decisões.


Hoje (e digo hoje mesmo) tive a comprovação de minha escolha acertada uma vez que tive uma experiência de justiça (ha-há) de trabalho onde a própria meritíssima conduziu a audiência (com a premissa da “fraqueza do trabalhador”) de forma a coletar a informação do jeito que ela queria ouvir, sem absolutamente se preocupar com a verdade. Devo confessar que me entristece e desespera saber que estamos sujeitos a esta vergonha jurídica.


E además, não acredito ser papel do poder judiciário a redistribuição de riquezas pela simples diferença social entre as partes. Trata-se de uma questão de verdade e justiça, onde quem estiver errado que pague por seus pecados, empregado OU empregador, pois com este princípio de “fraqueza do trabalhador” a Justiça do Trabalho está se transformando em uma piada perigosa e ditatorial em que o empregado faz dos excelentíssimos meritíssimos grandessíssimos PALHAÇOS inventando suas mentiras e criando suas falácias a Deus dará.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Praticando o DESAPEGO

Olá a todos os pouco mas importantes visitantes deste humilde blog mau-humorado.

Dia desses estava eu caminhando pelas gôndolas de um imenso-mercado recém inaugurado em minha cidade. Daqueles que você compra as coisas de pacotão, com “preços diferenciados” e à vista. Andei, andei, olhei as coisas, os preços; os preços, as coisas. Fui, vim, voltei. De repente me ocorreu: aquele tanto de coisas se jogando aos meus olhos e... EU NÃO PRECISAVA DE NADA DAQUILO.

E olha que tentei, me esforcei para achar um bom negócio, uma boa compra e teve um momento que percebi que até estava forçando “um achado”. Mas a verdade é que havia uma infinidade de coisas e EU não tinha interesse por quase nada. Digo por quase nada porque acredito que se tivesse mais dinheiro, teria mais espaço e portanto mais coisas para consumir. Isso é 100% verdade, pois meus 61m² não comportam mais nada. E se tivesse mais dinheiro, não ficaria realmente considerando SE preciso ou não, SE posso pagar ou não. Simplesmente vou lá e passo o cartão.


Esta experiência do “super-mega-plus-mercado” me atiçou a curiosidade de saber quantas coisas eu já tenho dentro da minha casa que não precisariam estar lá e a conclusão me aterrorizou. Tenho uma pá de coisas em casa que não preciso. Até aí, nada de assustador. Mas o que me deixou de cabelo em pé é que, mesmo não precisando, mesmo sabendo disso, não me brota o sentimento de me livrar delas. É a comprovação da “necessidade criada”. Não que eu não vá sobreviver sem elas, mas também não quero me desfazer das mesmas. Estão lá, paradinhas no canto delas, tudo muito bom, tudo muito bem.


E “caiu a ficha” de que, por mais que tente me distanciar das atitudes mundanas que desprezo, também sou retrato da mesmice do sentimento de posse e de sempre se ter mais. Me conforto repetindo para mim mesma que, pelo menos, não me endivido para ter aquilo que me é superior ao meu status financeiro nem sofro por não tê-lo. Mas mesmo assim confesso que de quando em vez bate uma sensaçãozinha meio ruim, pois queria poder ser mais nobre e me apegar ao que carrego por dentro, não o que mostro por fora. Porque, afinal de contas, o de fora pode ser efêmero, irreal, pode acabar ou me ser tomado, mas o de dentro é o que me é de mais precioso e individual, só meu e todo meu, defeitos e qualidades, bom e ruim, certo e errado, mas MEU DE VERDADE! E ainda por cima todas as outras pessoas do mundo podem usufruir sem desgastar, diminuir ou estragar, pois além de tudo é eterno enquanto EU dure.

Quem sabe a vida (ou eu mesma), com o passar do tempo, me liberte inteligentemente das coisas materiais supérfluas e eu aprenda a conviver e sobreviver simplesmente com o essencial.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ai, ai... (suspiro): Gê e Frota, o que dizer?

Andava meio sem inspiração para meu lindo e queridíssimo blog, mas minha amiga Geisy não deixa minha peteca cair. Valeu, Gê!


Muito amigos??? Desde janeiro de 2010???
Daqui a pouco Gê estará estrelando na Brasileirinhas Produções...
"Retrospectivando": imaginem um rebento com cromossomos Geisy + Digão Ferraz (se você não se lembra, aquele "que não é bomba, não" e "pega as muiézada tudo" no sul deste lindo país tropical).

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Como assim???

Tudo bem que errar é humano, mas vai explicar isso para os dois garotos que ficaram órfãos. Isso é consequência de um estado latente de tensão e medo generalizados.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mais uma grande vantagem

Ó aí, pessoal. O que vai aumentar de candidato a cargos públicos não está no gibi.

Entendo as individualidades e necessidades pessoais, mas vamos combinar: quem vai ao trabalho (público) travestido???

terça-feira, 18 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Complexidades da Vida

Bem, estamos aqui mais uma vez reunidos para filosofarmos sobre nossa inexorável existência. Ou não. Podemos sentar no sofá e assistir à estreia (como ideia, sem acento) da nova novela da Globo. Se bem que até hoje não assisti à estreia nenhuma de alguma coisa velha. Geralmente estreias são sobre coisas novas.

Complexidades da vida. Chegamos a um ponto tão interessante de nossa existência que não consigo realmente fazer a árvore genealógica de nossos hábitos e costumes. Como e por quê chegamos até aqui.

Acordar cedo, pegar dois ônibus lotados, passar oito horas no dia fazendo coisas para outras pessoas para, às vezes, se receber um salário fome, chegar em casa exausto para uma família que às vezes não se programou, planejou ou nem mesmo desejou, ter como sonho de consumo como fim de noite sentar no sofá e assistir a programas de TV que não acrescentam nada de positivo em nossas vidas e dormir pensando nas dívidas, nos sonhos frustrados, no que não se realizou. Muito pouco!

Pareço frustrada, mal-amada e pessimista? Como não? Olho ao redor e observo as posturas e conjecturas da vida alheia e fica impossível para mim ver as coisas de outro jeito. Não por mim, que por mais incrível que possa parecer EU sou extremamente feliz com minha própria vida. Boa ou ruim ela é feita de minhas escolhas pessoais, as quais a maioria das vezes são feitas com muito embasamento nas coisas que acredito e, outras vezes, na mais pura porralouquice. E tem dado certo. Os prejuízos são menores que os benefícios, então ainda estou no lucro.

O que penso é que as pessoas andam ansiando pelas “coisas erradas”. É celular de R$1.500,00 em uma realidade de falta de seguro saúde, escolaridade, segurança, dentre outros. É uma vontade louca de ter o que não se precisa por um preço que não se pode pagar. É uma constante de pessoas casadas querendo ser solteiras. É um lugar comum de gente gorda querendo ser magra em churrascarias rodízio. É gente que quer subir na vida sem se esforçar. É gente desejando o amor sem saber amar. É uma infinidade de infinidades...

Admito: tenho dificuldade em aceitar o diferente. Talvez não O diferente, mas ESTE diferente. O diferente que não faz sentido algum. O diferente que não acrescenta ou melhora. O diferente que me parece tolo e inútil. Será que O diferente sou EU e é de mim que as pessoas não gostam???

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ai, cacete!

Ai, cacete meeeeeeeeeeeeeeeesmo!



Ainda bem que a picada não foi do Homem Aranha... E o pior: dizem que quando a gente é picado por animal peçonhento, tem que chupar o veneno. Se depender de mim, apodrece e cai.
Safadinha esta aranha...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O EXPERIMENTO FEITO PELO PROFESSOR

UM PROFESSOR DE ECONOMIA NA UNIVERSIDADE TEXAS TECH DISSE QUE ELE NUNCA
REPROVOU UM SÓ ALUNO ANTES, MAS TINHA UMA VEZ REPROVADO UMA CLASSE
INTEIRA. ESTA CLASSE EM PARTICULAR TINHA INSISTIDO QUE O SOCIALISMO
REALMENTE FUNCIONAVA: NINGUÉM SERIA POBRE E NINGUÉM SERIA RICO, TUDO SERIA
IGUALITÁRIO E ?JUSTO?.
O PROFESSOR ENTÃO DISSE:
- "OK, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de
dinheiro, usaremos suas notas em testes."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e, portanto
seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o
que significou que ninguém repetiria. Isso também quis dizer, claro, que
ninguém receberia um A... Depois que a média das primeiras provas foi
tirada, todos receberam B.
Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se
esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos,
pois eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham
estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do
trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles
copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média
dos testes foi D.
NINGUÉM GOSTOU. Depois do terceiro teste, a média geral foi um F.
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os
alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da
atmosfera das aulas daquela classe. A busca dos alunos por 'justiça' tinha
sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça
que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém
queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os
alunos repetiram... Para sua total surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele
foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foram seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação
a partir da qual o experimento tinha começado.
Conclusão: "QUANDO A RECOMPENSA É GRANDE", disse ele, "O ESFORÇO PELO
SUCESSO É GRANDE, PELO MENOS PARA ALGUNS DE NÓS. MAS QUANDO O GOVERNO
ELIMINA TODAS AS RECOMPENSAS AO TIRAR COISAS DOS OUTROS, SEM SEU
CONSENTIMENTO, PARA DAR A OUTROS QUE NÃO BATALHARAM POR ELAS, ENTÃO O
FRACASSO É INEVITÁVEL..."
O PENSAMENTO ABAIXO FOI ESCRITO POR ADRIAN ROGERS NO ANO DE 1931!
"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que
punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem
trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar
para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da
população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra
metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende
que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então
chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza
dividindo-a."

quinta-feira, 6 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ateísmo é religião? (Texto alheio)

Há poucos dias, eu estive lendo alguns conspiracionistas célebres da blogosfera nacional e acabei desabafando no Twitter:

Estranho imaginar que escrever no Twitter é como se pronunciar diante de umas centenas de pessoas que ficam olhando constantemente pra você.


Li esta frase há algum tempo mas não me recordo ao certo quem é o autor — tem cara de ser do Dawkins. O comentário repercutiu e, para minha felicidade, um leitor que nunca havia se pronunciado antes, Sr. Coisinha, elaborou um bom argumento que vai de encontro à minha ideia. Inclusive, apontou-me a falácia do apriorismo dentro desta “minha frase do Dawkins” (perdoem-me, mea culpa). Eis aqui seu comentário, que saliento ser ótimo:


Posso suge­rir a pró­xima falá­cia? Falá­cia da pres­su­po­si­ção falsa, você já tem até um exem­plo pronto: “Como dizem, afirmar que ateísmo é religião seria o mesmo que afirmar que calvície é uma cor de cabelo” (Cafetron). Da última vez que eu ví, ateísmo pres­su­pu­nha fé na ine­xis­tên­cia de deu­ses, tente adi­vi­nhar a defi­ni­ção fun­ci­o­nal para religião: “Um sis­tema de cren­ças supor­tado com ardor e/ou fé”, Pres­su­po­si­ções errô­neas: a) ateísmo não neces­sita de fé; b) para ser uma reli­gião é neces­sá­ria a exis­tên­cia de dogmas. Creio que o mais ade­quado, caso você que­ria con­ser­tar sua ana­lo­gia, seja subs­ti­tuir ateísmo por agnos­ti­cismo empí­rico, já que o estrito denota fé.



Por que estou enfatizando tanto que gostei de ser discordado? Acontece que discordar é diferente de trollar. Todos nós deveríamos nos alegrar quando um evento desses toma forma, pois argumentos concretos que confrontam nosso ponto de vista são a base para uma discussão saudável e frutífera para ambos os lados. Além disso, serve de instrumento para que você reveja se seus conceitos ainda são adequados e se há a necessidade de repensar sobre um assunto. Você não quer se ater a uma opinião cegamente e viver agarrado a ele por puro preconceito para o resto dos seus dias, certo? O que você diria para seus netos?


Como eu gostei da brincadeira do Sr. Coisinha, e levando em consideração que este blog é meu e tenho poderes sobrenaturais sobre ele, vou reverter a conclusão, baseando-se por seu comentário e mostrando que nele também há uma falácia.


CONCLUSÃO: Ateísmo é religião.


RAZÃO: Assim como a religião, o ateísmo é um sistema de crenças suportado com ardor e/ou fé.


Confesso que nunca pensei do seguinte modo, mas — é verdade — ateus são crentes. Obrigado, Sr. Coisa, por expandir minha visão. Os ateus são crentes de que não existe uma força maior por trás dos fenômenos naturais (sendo que nada é impossível; improvável, talvez). Por definição, esta é uma questão de fé, pois o ateu tomou uma posição em relação à existência ou não de entidades divinas, sem possuir evidências concretas que corroborem sua decisão.


A ausência de evidência não é evidência da ausência.


Esta posição é diferente da posição de um agnóstico que, por sua vez, não toma posição alguma; ser agnóstico é simplesmente aceitar o fato de que não há evidências sobre a existência de deuses, bem como não há como comprovar empiricamente que não exista; a conclusão fica em suspenso até um momento mais oportuno.


Mas a falácia no argumento do Sr. Coisinha não se relaciona à fé ateísta, mas à definição de religião per se.


Sua conclusão final de que “ateísmo é uma religião” só pode ser verdadeira se assumirmos que, para conseguir a qualificação de religião, basta ter fé. Esta é a falácia do reducionismo[1]. Perceba que o conceito de religião em si foi simplificado para um único pré-requisito. Em contrapartida, consta no dicionário Aurélio[2] que religião pode ter uma relação numerosa de conceitos, como:



  • Crença na existência de uma força ou forças sobrenaturais, considerada(s) como criadora(s) do Universo, e que como tal deve(m) ser adorada(s) e obedecida(s);

  • A manifestação de tal crença por meio de doutrina e rituais próprios, que envolvem, em geral, preceitos éticos;

  • Reverência a coisas sagradas, ou seja, profundamente respeitáveis, que não podem ser infrigidas ou violadas;

  • Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, metafísica etc.

Dentre essas, ao meu ver, o conceito de ateísmo se enquadra tão mal quanto o conceito do próprio teísmo, pois ambas dispensam rituais e doutrinações por definição — uma pessoa pode ser teísta e não ter religião, por exemplo. Perceba, então, que o ateísmo se encaixa muito bem somente no último item.


Curiosidade
Em relação ao primeiro item, precisa mesmo haver uma entidade divina e controladora para que a religião se concretize? Você talvez se lembre do caso interessante do Budismo. Em algumas de suas vertentes, a idéia de um ser superior que maestra o Universo, ou não existe, ou é bem limitada[3]. Tais escolas, que são bem recepcionadas no Ocidente, embora vistas erroneamente por alguns como nihilistas, são o centro de grandes discussões sobre como devem ser chamadas: religião ou filosofia de vida?


Portanto, como o ateísmo envolve uma crença que defende uma posição filosófica (negação de uma força metafísica maior), mas não venera o sagrado, tampouco envolve doutrinas ou rituais próprios (salve comer uma porção de fritas no boteco com amigos e filosofar sobre a não-existência dos deuses), creio que seria adequado classificar ateísmo mais como uma simples “crença” do que como “religião”.


PORÉM: Tudo bem, ateísmo pode não ser uma religião, mas a analogia entre ateísmo e calvície, previamente citada por mim no Twitter, não deixa de estar errada. Ao fazer a comparação, foi como dizer que um ateu é aquele que não tem religião, quando, na verdade, é possível haver religiosos ateus [4], assim como ateus religiosos[5].


Espero que tenham tirado algum proveito deste exemplo de como racionalizar sobre um discurso. Façam como o Sr. Coisinha. Lembrem-se de não ter medo de, por alguns instantes, usar os óculos do ponto de vista contrário, pois como disse Eliezer Yudkowsky[6]:


A segunda virtude (da Razão) é a renúncia. P. C. Hodgell disse: “O que pode ser destruído pela verdade, que seja”. Não foge de experiências que possam destruir tuas crenças. O pensamento que não podes pensar controla-te mais do que os pensamentos que dizes em voz alta. Submete-te a provocações e testa-te em fogo. Renuncia a emoção que repousa sobre uma crença equivocada e procura sentir-te plenamente que é a emoção que se encaixa aos fatos. Se o ferro se aproxima do teu rosto, e achas que é quente, e é frio, o Caminho se opõe a seu medo. Se o ferro se aproxima do teu rosto, e achas que é frio, e é quente, o Caminho se opõe à tua calma. Avalia as tuas crenças primeiro e só depois chega às tuas emoções. Deixa-te dizer: “Se o ferro está quente, eu desejo acreditar que é quente, e se for frio, e desejo acreditar que é frio”. Não te apega a crenças que não podes querer.
E depois vêm me falar que cientistas não sabem enterrar ser românticos. E mais uma vez: acalmem-se. O resultado daquela pesquisa com números não foi esquecido, nem a continuação do Falaciorum.


Cafetron


Colaboração: Lorena Brito