segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O Preço da Vida

Gente, pelo amor de Deus, não estou aqui desconsiderando a dor da perda vivida pelas famílias das vítimas. Não se trata disso. Eu nem tenho ideia o que é perder alguém assim desta forma e nem quero (nem vou) ter.


Trago à luz o questionamento do excesso de mídia quando a coisa é na high society, pois afinal de contas, vida é vida em qualquer classe social. Mas às vezes parece que a morte de ricos é mais importante ou mais dramática que a dos outros.

Quantas pessoa nos morros, nas favelas, palafitas morrem todos os dias, devido a desmoronamentos? Ficam atoladas, perdem todo o pouco que têm. Pois é, talvez inúmeras. Sem água, sem luz, sem rumo. Mas são somente números, então logo perdem espaço na tristeza e solidariedade alheia.

Sem contar que morrer às vezes nem é o graaaaaande problema. As classes mais "desfavorecidas" lidam com as perdas desde o berço. Ou melhor: passam quase que a vida toda lidando com as perdas. Pior ainda: conhecem bem pouco o conceito de ganho. Mas quem se importa?

Viver com salário mínimo e exploração profissional, saúde e transporte públicos, aposentadoria mixa, alimentação deficiente, analfabetismo funcional padrão, uma via inteira de ausência de casa própria, descaso do governo e instituições concernentes. Isso é tragédia, mas de tão comum passa a ser comédia, pois o excesso de falta só nos deixa rir.

A falta de perspectiva, de sonhos, de auto-estima e valoração própria pode ser considerada uma morte prematura em vida. Nada pior na vida que não se achar digno de algo de valor ou ascensão humana e de tanto serem amassados e massacrados com a obsolência e insignificância sociais, vislumbrar algum degrau acima pode até ser um milagre.

Portanto, amigo, um minuto de silêncio em respeito aos familiares dos que se foram. Mas acima de tudo todos os outros minutos do dia e da vida em prol daqueles que merecem mais, como todas as pessoas deste mundo. E não falo aqui de assistencialismo barato e populista, pois tenho nojo disso. Falo aqui de pequenas atitudes diárias que podem mudar o micro-mundo a seu redor: conscientização das classes desfavorecidas (por circunstâncias).

Tenha um objetivo este ano: proponha-se a difundir informação útil e válida e portanto esperança, liberdade e independência para quem precisa. Seja sobre previdência social, direito trabalhista ou do consumidor, estimule a ascensão pessoal, social e financeira através do estudo e trabalho próprios, planejamento familiar, uso adequado e saudável de crédito e regras escusas de longos e atraentes financiamentos, etc.

FAÇA A DIFERENÇA FAZENDO POUCO, MAS UM POUCO QUE SIGNIFIQUE MUITO!!!

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