Lições de aroeira

Hoje estou sem inspiração, um tanto triste e talvez pura desilusão. Coisas acontecem, experiências se acumulam e decepções se aglomeram. O sonho de Alice, de um mundo de Maravilhas, se afasta e se perde na imensidão. A realidade grita á minha frente como um trio-elétrico. É hora de acordar.

O certo e a justiça já não se encontram à disposição. Hoje estou ferida pela ideia de que nem sempre o bem prevalece e muito menos o inverso paga seu preço. Me aconchego em minha insignificância e tento não me afundar na tentação de totalmente perder a fé.

Se viver muitos anos significa somar um tonel de tristezas e percepções deste mundo como ele se apresenta a mim hoje, solicito urgentemente uma reedição dos versos finais da cantiga “Parabéns a você”. Não quero fazer parte desta hipocrisia cansativa onde o certo virou errado e o errado virou certo.

Me agarro à sensação, quem sabe ilusão, de que um dia as coisas voltarão a seu devido lugar, consciente de que sou parte responsável por este processo, mesmo que cansativo e por vezes difícil de acreditar. Sei que sou forte, plena e do bem e, como Carlito Tevez naquele lance fenomenal de um jogo do Corínthians, podem me bater, mas não vão me derrubar.

Amanhã estarei melhor, mas hoje me resguardo o direito de ser possuída pela revolta e indignação. Nada mais a declarar.