segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Fazer sentido

Pessoal, peço desculpas, mas não dá fingir que não vejo. Então vamos lá novamente.

Domingo à noite. Saio de casa despretensiosamente de carro e o que começo a reparar é a quantidade de carros estacionados em partes específicas da cidade: Igrejas, de preferência evangélicas. Não estou falando de cinco ou seis carros. Falo de uma multidão de fechar quarteirões. E falo de uma igreja depois da outra, às vezes até no mesmo quarteirão.

A primeira ideia que deveria vir à mente é: que bom, as pessoas estão buscando orientação religiosa, paz de espírito, equilíbrio, e todas as sensações que uma igreja oferece (ou deveria oferecer). E pelo volume de pessoas, ufa, que alívio! Com tanta gente buscando evolução, o mundo certamente será um lugar melhor para viver, ter e criar filhos, viver em comunidade, enfim, ser pleno e feliz.

O que me intriga é que, em outras voltas por aí, o que constato é que o mundo NÃO está um lugar melhor, ou seja, o crescimento no fluxo nas igrejas é inversamente proporcional à melhoria da qualidade de vida. Jornal, internet, TV, recepção de clínicas, é um festival de narrativas de desgraças e violências. Filho matando pai a pauladas por conta de um rádio de pilhas, latrocínios à luz do dia, irmão traçando a mulher do irmão, uma droga nova a cada dia matando às pencas, pedofilia e por aí vai.

Eu fico encucada mesmo. Fico, pois não faz sentido. Aí me pergunto: será que as vítimas das agressões são as que estão na igreja e as que as cometem, as que não? Por que só pode ser assim. Ou será que nem todas as pessoas que estão na igreja (incluindo os padres e pastores) estão lá pelos motivos que deveriam estar e por isso a coisa não funciona como deveria funcionar? Oras, se o que se aprende não se pratica, não há sentido em se aprender. Não sou de ir a nenhum templo, pois tento crer que busco o BEM dentro de mim 24/7 e não espero que outras pessoas me entreguem de mão beijada. É uma conquista, não um presente, na minha opinião. E não tem valor nenhum se não for uma ação ao invés de somente um conceito. E quando digo “o BEM dentro de mim”, não faço aqui apologia à busca de ser santa. Tenho sim, meus pequenos pecados, mas tento fazer com que eles sejam sempre pequenos e controlados. Nem sempre consigo, e é isso que acho que me define “humana”.

Portanto, pessoal, meu pedido: se você vai à igreja, templo, centro espírita, terreiro de umbanda, seja lá o que for, vá 100%, de coração. Faça o que se tem que fazer, sinta tudo o que se tem que sentir. MAS FAÇA DE VERDADE!!! Talvez assim, podemos sonhar e construir uma vida melhor para nós mesmos e para todos os outros.



AMÉM!

Um comentário: